Tem uma beleza esplêndida a tristeza, a solidão e a melancolia quando viram literatura... elas conseguiram se tornar alguma coisa e não ficaram presas em alguém

sábado, 29 de setembro de 2007

Cena cotidiana

No cenário centenas de corpos miseráveis deveriam causar náuseas naquela plateiazinha ingênua e fútel.
Corpos aglomerados, estirados no chão se deterioravam no meio da urina ácida e fétida, os meio-sorrisos se desmanchavam com o olhar de fúria e de repente as mãos percorriam os corpos e as unhas cravavam na pele num desejo ardente de desenhar com sangue.
O vermelho que esvaia trazia calor para aquelas carnes abandonadas, esquecidas, desprezadas. E quem se lembraria desse cena? A chuva caiu. O sangue foi embora. O cheiro foi embora. Foi tudo apagado...

JUST FOR YOU

Meu anjo queria ter o céu para nós. Você me ensinou a voar, mas sem você minhas asas são fracas, não conseguem me sustentar... agora tenho o chão para trilhar e quero lhe encontrar novamente para eu sentir os ventos puros do nosso vôo.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Cidade maravilhosa, onde as pessoas vivem intensamente como se fosse morrer amanhã, cidade calamidosa, onde as pessoas morrem amanhã...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

please don't stop...


É hora de arrumar a mala.
Colocar o essencial do essencial para não ficar muito pesada, pois minhas costas já doem antes mesmo de carrega-la.
Eu mudei, mudei, mudei.
Mudei a mim e agora aqui não me pertence mais. Sou uma peça estragada do quebra-cabeça. Não valho mais pra esse jogo.
Noutro lugar vou para outro jogo... difícil ou não, nunca se sabe... só jogando...
Com o peso das minhas responsabilidades vou-me.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Lhe vejo corpo e alma, por isso não me canso, meus olhos viciaram em você...


Cada milímetro da sua pele é um delírio. O calor do seu corpo me prende e a sua voz adentra aos meus ouvidos como suaves melodias hipnotizantes... lhe ter é uma prazer incontestável.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Por causa da lentidão das horas noturnas, pela primeira vez desejei expulsar a lua, simplesmente para que os raios de sol me trouxessem você, minha surpresa, minha alegria...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Invisible

É maior do que posso ser... mas você não vê e nem nunca verá pois de sutilidades é feito. Existe e é verdadeiro, você o sente e eu o sinto. Forte mas invisível. Pleno. Incontrolável.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007


Entre sorrisos nervosos e arrepios as palavras se jogaram amedrontadas, elas saiam carregadas de um sentimento de será que to fazendo a coisa certa?
O coração, antes, severamente obedecia a ordem de manter-se vazio, mas naquele dia rebelou-se contra todas as regras... permitiu você, confessou sua fraqueza... a vontade de você, agora quer você para sempre.

domingo, 16 de setembro de 2007




Há vezes que acordo em acordes menores, numa melodia dissonante, vazia de sol... uma tormenta contida...
Resumo
Re- sumo
Sumo repetidas vezes
Sumo de mim
Faço da fuga minha aventura
Me perco por entre essas trilhas desconhecidas
A parte que se perdeu agoniza
A outra prossegue assim sem entender
Só por prosseguir

sábado, 15 de setembro de 2007

“você me tirou todo o ar pra que eu pudesse respirar, Eu sei que ninguém percebeu, foi só você e eu...”

No íntimo
Do meu coração absurdo,
Cada mínimo detalhe da tua beleza,
Toca-me
Como um Sol em sinfonia.

...sem muitas palavras para o que sinto... indescritível...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

É como se o mágico estivesse sempre atento, tirando da cartola o que agrada aos olhos... não esses olhos comuns, mas aqueles que podem ver através dessa película, desse rótulo... que conseguem extrair do inimaginável motivo de alegria.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

E eu nem sei o que pensar...


Este hábito, de falar que se ama sem amar, tornou-se um hábito comum, desprezível. As vezes soa tão vulgar quanto o bom dia dito pelo servente daquela obra interminável. Digo que ando me engasgando muito quando me mandam engolir essa palavrinha, e eh até injusto porque deveria ser a palavra com o melhor sabor, a que desceria suave como um bom vinho. Para que eu chegasse onde cheguei, não bastou apenas delírio, há tempos isso me consome e desanima, há tempos não sei em que acreditar nem como me portar...
Eu digo que amo, mas amo... nunca me saiu essa palavra sem que eu sentisse plenamente, nunca o disse para agradar ninguém. Desprezo quem faz essas coisas.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

-Não estou no momento, se desejar deixe recado... talvez eu retorne a ligação. piiiiiiiiiiiii


-Oi,
Talvez nem passe na sua cabeça, talvez esteja rindo daquela história com uma pitada de humor negro, me lembro bem da sua gargalhada com um ar sinistro. Imagino sua face e seu olhar, eu decorei cada gesto... pouco importa. O assunto em questão é: você me matou.
E como numa tourada que o toureiro fere o animal antes do golpe final, causa a fúria para vê-lo no limite, lutando pela vida com dor e sangue. Você brincou com minha decadência, divertiu a platéia mostrando um poder volúvel, demonstrou o quão fácil é fazer da presa um fantoche que no profundo de seus sentimentos deseja mais que depressa o glorioso golpe de espada, na cruz onde se juntam as homoplatas, bem dirigido para furar o coração e pulmão. O golpe perfeito. O golpe que derruba a honra e bravura.
Você me matou, mas antes dançou espalhando meu sangue em tudo. Colocou uma música alegre e coreografou a minha agonia. Sempre quis dançar com você... Fui seu objeto de cena já que nunca soube dançar. Espero que tenha filmado, deve ter ficado magnífica a cena da espada, seus braços e sua dança matando de um jeito inovador. Imagino que tenhamos chocado, você e eu em cena... quem diria uma coisa dessas.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Desesperada, começou a esmurrar as paredes...
A pele fina de sua mão logo foi saindo dando espaço para aquela carne vermelha. A marca do seu sangue impresso não a fazia parar.
Aonde estava a saída daquele maldito labirinto?
Argh! Ela sabia que seus murros eram inúteis, mas a raiva do seu fracasso era incontrolável. O que ela sentia ali perdida era indescritível. O peso da solidão era insuportável e o cheiro do seu próprio sangue só a confortava.
A lágrima parou antes de sair.
Havia prometido que nenhuma mais percorreria a face
Forçou um sorriso e olhou no espelho
Ficou lá, parada, olhando para aquela cara.
Aff... aquela cara.
Nos olhos viu passar um resumo da sua vidinha...
Pensou...
Talvez houvesse mesmo o tal do destino
Talvez fosse isso...
... É, era uma boa explicação
Talvez ela só servisse para aquilo mesmo
Para escutar as histórias, saber como agir, mas nunca vive-las

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

P-R-O-S-T-I-T-U-T-A

Vende-se 1,75 de pele amarga pelos dissabores da vida, 64 kg de ossos cansados de sustentar o peso dos desaforos...
Vendem-se olhares vagos, uma boca sem sorrisos, saliva ácida querendo ser veneno, toque áspero, seios fartos, piercing no mamilo esquerdo, pague por bundas, pela vulgaridade que não pode entrar na sua casa, o que você quer fazer? Puxar os cabelos? Tapa na cara? Brinquedinhos? Se fantasiar de barbie? Pague e faça...
Vamos!!
Oferta exclusiva das esquinas mal iluminadas... aproveite!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007


Enlouquecida, queria cortar, cortar, cortar, cortar...
Ver as coisas em pedaços, jogadas, espalhadas, incoerentes
Sentir o poder da lâmina partindo, interrompendo...

terça-feira, 4 de setembro de 2007


Papai do Céu
Faça com que se eu tiver de virar gente grande mesmo num doa muito
Não quero perder esse meu jeito de sempre ver as coisas de uma outra maneira
Que meu sorriso não se desfaça...
Deixe sempre uma luz acesa... até hoje não perdi meu medo do escuro, não quero sair por ai tropeçando e caindo, caindo, caindo.
Papai do Céu
Nunca se cale, quero sempre ouvir seus conselhos. Grite se preciso... as vezes acho que meu ouvido não funciona muito bem.
Me dê sua mão, me ajude a escalar essa montanha...

e lah vou eu...

Prontinho, já tenho a direção.
Daqui a uns dias vou seguir aquele caminho...
Eu e minha mochila...
... Deixarei as marcas dos meus passos...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007




Ultrapassamos as definições.
Sem nome, sem descrição
Não há quem entenda... nem precisamos
Vamos deixá-los de queixo caído
Mostraremos que de um sonho se pode viver...
Passaremos por cima das pedras que aprisionam os tolos
Ele voltou pra me buscar
Vamos voar...

Ela mergulhou naquelas malditas dúvidas, naquele mar ácido e deteriorador, naquelas águas turvas, tóxicas... saltou pra ver se encontrava algo. Mas seus olhos jamais seriam capazes de suportar a corrosão. Ela se consumiu naquele inconseqüente ato, sentiu queimar seu corpo por inteiro até desintegrar...

domingo, 2 de setembro de 2007




“Mandei fazer de puro aço um luminoso punhal para matar o meu amor e matei as cinco horas na avenida central”

levei flores mortas para o enterro e espalhei uma a uma por todo o túmulo. Meu amor foi enterrado nas profundezas e lacrado com dez metros de concreto para não ter risco de alguém desenterrar.

e agora?




“CUTUCANDO, RELEMBRANDO, REABRINDO A MESMA VELHA FERIDA QUE É PRA NÃO TER RECAÍDA...”


Eu senti cada letrinha de suas palavras corroendo meu ego, brincando de rasgar meu peito, torturando antes de matar... num sadismo de rir.
Foi um tapa estalado na cara, e eu lhe ofereci o outro lado... gosto da simetria. A marca de cada um de seus dedos, da sua palma ardendo, formigando... eu senti...

- Foi bom pra você ver minhas bochechas enrubrecidas?

- Mais alguma coisa? Em que mais posso lhe ser útil?

... Eu sorri pra você... não quis lhe dar o prazer da minha dor, das minhas lágrimas escassas... eu sorri mostrando a perfeição dos meus dentes, lhe dei uma imagem inesperada. Quem sabe um dia você aprenda a não ser convencional, previsível...

sábado, 1 de setembro de 2007

eh...

“Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito.
Exijo respeito, não sou mais um sonhador”.

Parece que o fim é sempre esse. É como se fosse um sinal de amadurecimento transformar a pulsação em algo mítico. É engraçado como as pessoas mais velhas criticam, desmerecem as paixões. Olham e já predeterminam que tudo não passa de uma mera ilusão e que no final haverá só dor. Nem sei se é isso mesmo. Mas me entristece quando olho a minha volta e percebo tantas pedras, tantos escudos. Não sou tão pulsante, talvez seja isso que me amedronta. Será que já sou pedra?