Tem uma beleza esplêndida a tristeza, a solidão e a melancolia quando viram literatura... elas conseguiram se tornar alguma coisa e não ficaram presas em alguém

quinta-feira, 26 de abril de 2007


No labirinto escuro, a pilha da lanterna acabou... joguei-a fora e fui caminhando, devagar e amedrontada... terrível esse medo de cair, pior ainda se for em um buraco... mas eu não queria ficar parada esperando a luz... sempre que paro o monstro da solidão aparece e me assusta... quando penso nesse monstro tenho vontade de correr, aí eu nem me importo com a escuridão. Queria correr até desmaiar, porque desacordada posso sonhar...

quarta-feira, 25 de abril de 2007


Era uma vez...
Uma menininha feia e desajeitada.
Triste que só.
Saia por aí tropeçando e caindo,
Tinha tantos machucados que em seu corpo nem cabia mais
Era pavoroso... terrível
Quando a menininha nasceu, coitada, esqueceram de lhe entregar as máscaras. Devia ser por isso que ela era tão feia, ela não possuía máscaras para disfarçar os defeitos humanos.
Certo dia, ela tropeçou e seu corpo, querendo empurrar o chão, saiu rolando rumo a uma loja... mais ferimentos para sua gloriosa coleção...
Depois de arquivar toda aquela insuportável dor, ela abriu os olhos sem brilho e se surpreendeu com o que viu. Aquela pequena loja vendia máscaras.
Usou uma força que não tinha para se levantar. E caminhou com uma pequena alegria que nunca existira. Entrou naquela loja e se maravilhou com todas aquelas máscaras, todas aquelas possibilidades... finalmente a menininha conseguiria esconder sua imensa feiúra.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Meu Lord entenderá


Que tortura!
Essa lágrima que nunca cessa
Desce sem permissão e estraga meu rosto
As vezes eu fico com raiva... As vezes eu me odeio
Porque você me faz falta
As vezes eu me odeio porque sou fraca
Deveria fazer muitas coisas, mas sou covarde
Eu fico fingindo... Fingindo... fingindo
Tentando preencher o vazio com um tanto de coisa que evapora
É um desespero esse vazio
Acho que antes você não deixava as coisas se esvaírem
Não sei como, mas nunca ficava vazio... você sempre dava um jeito de manter alguma coisa aqui dentro...

Gritos
Tenho muitos gritos aqui
Mas gritos não preenchem nada...
Fica só um vazio pesado...
Meus gritos pesam muito...
Não sei o que fazer
Ninguém vai entender o que meus gritos tem a dizer
Só você traduziria
Só você sabe que tudo que eu faço, mesmo que não pareça... é pra dizer que EU TE AMO

segunda-feira, 23 de abril de 2007


Acordei!!!
O que foi sonho se foi
Pluft!
Acabou sem fim
Nada restou
Abriram meus olhos e disseram
-Bom dia!
Eu olhei e nada disse
Fiquei admirando meu teto
Sim, acordei. (pensei)
Só ainda não sei discernir
O que é ilusão ou não
Você é ilusão?

Olhos abertos
Tudo confuso
Essa luz toda machuca meus olhos
Você está ao meu lado ou é só impressão?
Não consigo lhe ver, mas sinto sua presença, sua respiração...
Você está aqui?
Responda!
-Sim, meu corpo está.
Me ajude a levantar
Com você tenho vontade de caminhar
Mesmo com essa luz me atrapalhando lhe ver...

Sabe...
Eu me sinto bem ao seu lado
Pouco importa se tudo está confuso
Basta eu ter sua mão pra poder segurar...
O que foi sonho se foi
Você está aqui... que alívio!

sábado, 21 de abril de 2007

Metade de mim gosta de você
A outra te respeita
Metade de mim começa a falar
A outra censura as palavras
Metade de mim quer se arriscar
A outra sabe que não consegue nem imaginar lhe perder...
Metade de mim para por aqui...
A outra quer que eu te ame...

sexta-feira, 20 de abril de 2007


Sempre há o que a gente nunca vai dizer.
A palavra quer saltar da boca, mas tem que prendê-la... aí ela fica insistindo, empurrando, então a gente fecha bem forte pra não correr o risco dela escapar...
E o medo de falar é tão grande que nem olhar nos olhos se consegue mais... não se pode correr risco neh... vai que está escrito na pupila...
-E porque você fez isso?
-Sei lá...
-Então, como está se sentindo?
-Sei lá...
-Você não sente nada?
-Sei lá...
-E tem graça fazer essas coisas e não sentir nada?
-Sei la...
-Caramba! Que vocabulário você tem heim!
-Pois é...

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Tem dia que é tão bom que a gente perde o fôlego, aí fica assim sem palavras... só pensando... tentando lembrar o motivo daquelas gargalhadas...

quarta-feira, 18 de abril de 2007



Da minha janela se vê muitas coisas...
...que belo arco-íris...

Srtª. Grammont - parte 2


Srtª. Grammont foi levada… foi passear numa ambulância...
A Srtª. Grammont é sortuda, ela ganhou uma nova casa... só que nessa casa tem muitas regras, ela não pode sair e nem receber visitas, o seu quarto é todo branco e não pode ser de outra cor, e duas vezes ao dia uma senhora vestida de branco lhe entrega umas balinhas com gosto esquisito. A Srtª. Grammont não gosta dessas balinhas, mas a senhora fala que engolir aquelas balinhas é a segunda maior regra daquele lugar e que quem não segue regras, ganha castigo. Srtª. Grammont tinha medo de castigo, então ela se esforçava e engolia rapidamente aquelas balinhas com gosto esquisito. Engolia e não passava muito tempo, ela ia ficando quietinha e encolhida... tão quietinha que parecia se esquecer do seu frio eterno.
Quando ela se esquecia do frio, a cabeça dela era invadida por sons e imagens velhas. Um velho curioso, sempre perguntava quais eram as imagens que estavam na cabeça da Srtª. Grammont... ele era muito curioso mesmo... perguntava de tudo... certo dia ele perguntou como que tinha aparecido uns arranhões profundos em seu braço. Srtª. Grammont respondeu que foi o vento frio... ela falava que as vezes o vento ficava com raiva aí ele vinha bem gelado e deixava marcas nela... o velho sorriu. Srtª. Grammont achava que o velho não batia muito bem das idéias... ele sorria demais.


TO BE CONTINNUED...

terça-feira, 17 de abril de 2007


Escolha rápido: você quer viver ou VIVER???


Se uma arma estivesse apontada pra sua cabeça aposto que você gritaria VIVER e prestaria atenção em cada letra e no som que elas fazem ao sair da boca... provavelmente só assim você notaria a diferença que é VIVER...



Deixa um pouco de cor perfurar o seu ser... penetrar essa sua alma monocromática... Sinta o perfume da vida e se entregue a ela...

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Srtª. Grammont


- Esse frio todo me...
- Esse frio todo... ahhhhhhh
- Esse frio todo me causa dor...
- Esse frio todo me causa dor...
- Esse frio todo me causa dor...


Srtª. Grammont só sabia essa combinação de palavras porque eram as únicas que saiam de sua boca já bem seca de tanto falar. Tremia tanto que dava medo... se contorcia de tal forma que seu corpo ganhava aspecto inumano. As vezes gritava. Parece que seu grito despertava certa curiosidade, e aos poucos, pessoas chegavam ao local para presenciar a cena.


- Ela enlouqueceu. Coitada!
- Que coisa horrível!
- Vamos, meu filho. Não é bom ver esse tipo de coisa...


Vários comentários iam surgindo para acompanhar a melodia estranha que a Srtª. Grammont deixava escapar da voz e do seu corpo debatendo contra o chão. Foi assim que ela conseguiu ater a atenção da tão ocupada e desinteressada vizinhança, a manteve por mais de uma hora. Até que uma ambulância chegou e acabou com o espetáculo.


- Esse frio todo me causa dor...
- Esse frio todo me causa dor...


Parecia um disco furado. Taparam sua boca, mas todo o corpo da Srtª. Grammont gritava: - Esse frio todo me causa dor...
O céu estava azul e o sol quente como só ele podia ser... ninguém entendia a Srtª. Grammont, era impossível ter frio embaixo de um sol daqueles, todos estavam grudando de tanto suor e era absurdamente irritante escutar: - Esse frio todo me causa dor... o engraçado é que não tinha mais a voz da Srtª. Grammont falando isso. Ela foi calada, mas ficou o eco repetindo a bendita frase na cabeça dos ocupados curiosos...

TO BE CONTINNUED...

domingo, 15 de abril de 2007

Uma Bela Canção


Uma canção estridente que de alguma forma sempre me toca a alma. Um som que aparece preenchendo o vazio cruel do silêncio e deixa sublime cada gesto, cada olhar, cada sorriso, cada palavra... Minha vida é cheia de canções, mas tem uma que me tranqüiliza e anima ao mesmo tempo. É a surpreendente composição realizada no sentimento de amizade.

Era uma cadeira comum, daquelas de plástico branco... não se destacava em aspecto nenhum das outras réplicas, era só mais uma cadeira feita de um tal plástico branco...
Nela se encontrava um corpo... mais um corpo entre tantos outros que se via por aí... pêlos, músculos, ossos, pele, gordura... estava lá ocupando um espaço, era o q fazia... nem dava para distinguir o que era inanimado ou não... ambos estáticos, a cadeira e o corpo

"O que eu fiz ?
Como pude ser tão rude
É o fim
O que eu fiz ?
Tudo em vão
Tudo aqui se perdeu
O que eu fiz?
Mas eu nunca imaginei Essa loucura
Nunca
Ninguém, jamais realmente compreenderá.
Que algo de maravilhoso eu quis proporcionar
Porque nada é como se imaginou
Bem, vejam so.
Eu fiz o meu melhor
E sei que igual a mim não há ninguém
E, mesmo que em vão
Senti minha mão tocar o céu
Pela primeira vez eu pude me sentir
Cheio de vida e livre pra decidir"


trecho de O Estranho mundo de JAck

sábado, 14 de abril de 2007


Deixou no rosto um sorriso irônico... alguma coisa havia mudado, seu olhar denotava uma superioridade que a tempos se encontrava adormecida, suas palavras atravessavam seus lábios e deixavam feridas nos ouvidos que adentravam. Havia uma certa pontinha de rancor em seus atos...
Fez uma bela fogueira com as quinquilharias que sobraram da história que não aconteceu... o calor do fogo quase conseguiu descongelar sua alma, mas não havia muito o que queimar das ilusões fúteis, então não houve tempo suficiente para derreter aquela enorme escultura de gelo. Só mudou um pouco a forma... só isso ... nada mais...
Deixou no rosto um sorriso irônico porque foi o que sobrou do seu devaneio... e agora por cima das cinzas pisava no que antes julgava estar a mesma altura, com apenas um sopro expulsava do seu campo de visão aquele pó de aparência monótona. Disse adeus finalmente... não precisava de cinzas obstruindo seus pensamentos.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Que rosto!!!


Parou na frente daquele rosto e olhou por muitos minutos...
Reparava cada ruga, cada pinta, cada cicatriz. Reparava em como a luz incidia naquela superficie e como sua feição mudava dependendo das sombras criadas. Viajava no formato de seus olhos, na curvatura de seu cilios, na cor da iris e no espelho que sua pupila se transformava... se perdia naquele espelho...
Se encantava com a voz que saia daquela boca, decorava cada movimento que o lábio fazia e procurava na memória algum delineado mais bonito... mas não havia. Era tão esplendido contemplar um sorriso... o rosto se redesenhava todo e um brilho inexpicável aparecia no olhar...
Diante daquele rosto os minutos se prolongavam só para ter mais tempo de apreciá-lo...
Diante daquele rosto não se pode mais estar... e os minutos se prolongam só para ter uma tortura a mais.

quarta-feira, 11 de abril de 2007


...grandes blocos de pedra, ligados por argamassa feita de barro e sangue


e assim devagar a minha muralha está sendo erguida...

Acordei com uma lágrima gelando meu rosto... começava gota perfeita e a medida que seguia seu caminho se desvanecia deixando só um rastro. Aí vinham outras lágrimas que magneticamente eram atraídas a seguir aquele caminho já traçado... e cada lágrima passava por aquele percurso e ia um pouco adiante... porque cada uma queria deixar sua marca de eu consegui ir além de você lagrima anterior, eu não parei no meio do caminho. Nem lágrimas param no meio do caminho... elas não param até desaparecerem...
E o individuo pra se sentir humano tem que ter sonhos?

E quando se perde o sonho o que acontece?

E um belo dia ao anoitecer aparecem, bem espalhados no trajeto, pessoas-anjos... a cada meia hora de correria eu me surpreendia parada diante de um sorriso gigantesco e um abraço perfeito... isso só me ressaltava a idéia de que a vida nos presenteia o tempo todo... tudo é graciosamente sutil.

terça-feira, 10 de abril de 2007


Boca: abertura de uma cavidade, de um recipiente, de um objeto oco...
Individuo: objeto oco que o tempo todo procura se preencher

Na boca de um individuo passa muitas coisas... palavras amargas, gritos ácidos e muita comida pra tirar o gosto...

FIQUE AÍ




- Pronto, eis-me aqui pra você


- Eca!! O que lhe fez achar que era isso o que eu queria?


- Ahhh sei lah... nem pensei... só estou aqui


- Bem... é difícil, mas tenho que informar que não há vagas.


- E só me fala isso agora que estou sem refúgio? Agora não tem pra onde voltar nem ir, vai me deixar aqui desse jeito?


- Sinto muito... não posso fazer nada


- Sente? Você SENTE?


- Na verdade não, só estava tentando ser gentil...

FELICIDADES À TRISTEZA




Bom dia, tristeza.
Que tarde, tristeza. passa a noite comigo?
Você veio hoje me ver
Já estava ficando Até meio descrente da vida, pois nem a tristeza me queria.
ACREDITE senti saudades tua.
Longe de você nem triste consigo ser
Se chegue, tristeza.
Se sente comigo Aqui, nesta mesa de desamores.
Beba do meu copo, prove do mesmo veneno que amarga meu coração.
Dê-me o seu ombro
Que é para eu chorar... fazer dele meu porto seguro, pois já que na alegria e no AMOR, não consigo me refugiar
Que seja a TRISTESA meu refugio...
NÃO ME ABANDONE!!!
Quero derramar minhas ultimas lagrimas de sangue, antes do meu falecimento.
Antes que meu coração não pulse mais,
POR FAVOR, mais um minuto apenas, É SO O QUE PEÇO...
Um minuto de tristeza junto comigo.....

Adaptação J.P.