Tem uma beleza esplêndida a tristeza, a solidão e a melancolia quando viram literatura... elas conseguiram se tornar alguma coisa e não ficaram presas em alguém

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009


Asvezesdespertoassimencolhida
comosenessaformacompactaeuencontrasseumaespéciedesegurançaeproteção
asvezesquerotantosentirissoquetenhovontade
demeenconlheratéqueaspartesdemeucorposefundamumascomasoutras
paraquenadapudessemeatingir
paraquenadalacançasseessamalditaeabençoadacoisaquemefazsentir
masimaginoqueoquemetrásproteçãomepresenteiaaconfusão
ascoisasqueestãojuntasdemaisseprotegemmasseperdem
eunãoqueromeperder…

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Pela janela do quarto...


Estava na janela quando subitamente os vidros se estilhaçaram.

Os ouvidos arderam com o ruído explosivo.

O dia tinha nascido maravilhoso, na janela apreciava o céu azul com suas nuvens desenhadas.

Na mão, seu cigarro... tragava a fumaça e fingia soltar a neblina do seu ser enquanto observava a movimentação urbana. Homens, mulheres, carros e cachorros brincando de viver, cumprindo suas obrigações, inventando o que fazer... pra lá e pra cá, num indo e vindo sem fim.

-tenho que ir ao banco, mas tenho uma consulta marcada agora pela manhã. A Nanda marcou de almoçar comigo, eu confirmei que iria, nem dá pra desmarcar, mas tenho que lembrar que não posso comer muito porque me dará sono e não posso ter sono para apresentar aquele projeto no escritório. Tomara que eu não demore muito no almoço, tenho que ir ao banco antes de ir ao escritório. Minha mãe deixou recado na secretaria, o que será que ela quer falar comigo. Eu devia ir visitá-la, faz tempo que não a vejo. Depois de ir ao mercado eu tento dar uma passadinh...

Pensamentos interrompidos.

BOOMMM!!!

Inexplicavelmente as vidraças se espedaçaram atirando cacos para todos os lados...fazendo feridas e adentrando naquela carne ali parada que fatalmente gostava de janelas

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009


Abriu os olhos rápido como quem desperta de um pesadelo

Engoliu o grito junto com um suspiro amargo…

Que susto!

Pêlos arrepiados, calafrios…

De novo aquela sensação estranha

O coração apertava com o frio que começa da nuca e se alastra para o resto do corpo.

Nos últimos quinze dias isso se repete metodicamente em todas as madrugadas às quatro horas da manhã... O desespero da alma agora tem hora marcada.

Abriu os olhos rápido como quem desperta de um pesadelo.

Engoliu a saliva ensangüentada junto com um suspiro amargo...

Gritou.

De novo aquela sensação estranha

Um odor forte quebrou a rotina. E quando viu estava rodeado por corpos, desfalecidos, ensangüentados, sugados...

Que susto!

O coração apertava com o frio da expressão de cada cadáver.

Nos últimos quinze dias metodicamente em todas as madrugadas se tornava um monstro... o desespero da alma não suporta a inércia.