Tem uma beleza esplêndida a tristeza, a solidão e a melancolia quando viram literatura... elas conseguiram se tornar alguma coisa e não ficaram presas em alguém

terça-feira, 31 de julho de 2007


Pessoas tem desfalecido por uma mísera gota de atenção, um simples olhar como se as retinas pudessem arquivar a imagem numa gaveta de dê-me importância.
As vezes minha xícara de café rouba o lugar de alguém e em momentos como hoje, quando vasculho a gaveta, vejo xícaras de todas as formas... a fumaça congelada.... as cinzas... o resto do meu cigarro.
Você tocou minha mão e eu arrepiei
Não, não foi de desejo...
Foi asco
Sua pele deslizando sobre a minha...
Repugnante, e eu sentia vontade de me imergir em acido pra remover qualquer rastro de você... queria poder arrancar minha pele pra não ter nada que me lembrasse...

segunda-feira, 30 de julho de 2007

sábado, 28 de julho de 2007


Nenhuma palavra
Isso me basta
Não me diga nada
Eu peguei o fósforo e acendi meu cigarro
Traguei como se enchendo meus pulmões
Minhas palavras se aquietassem
Eu e meu cigarro
Gostava de ver aquela fumaça
Queria que ela apagasse sua imagem...

sexta-feira, 27 de julho de 2007

vício

E agora, você se reúne, todas as quintas-feiras, pra tratar do seu problema, sentada em círculo. Levando o tempo contado, em uma caderneta de capa amassada. Tantos dias, tantas horas. Minutos, comemorados com aplausos. E agora, você espera por seus encontros semanais, achando que será simples. Assim. Desintoxicação garantida. Memória apagada. A vida esquecida. E agora, você faz de conta. Finge que não existo. Rasga fotos. Cartas. Risca discos. Dedo na garganta, agora, você me vomita. Todas as noites. Ajoelhada sobre o piso frio. Gasta suas madrugadas na tentativa de limpar o que sobrou por dentro. E agora você foge. Rejeita o que já tomou como droga. Amaldiçoa-me como seu vício.

by Eduardo Baszczyn

quinta-feira, 26 de julho de 2007

retirado de: http://www.fotolog.com/fabrini/

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Um pouco de felicidade parece estar aqui
Talvez por estar conseguindo me desvincular das pedras do passado...
Eu fiz um pacotinho com tudo que não me agradava e larguei no canto da minha estrada
Estou deixando tudo dessa minha vidinha... tudo mesmo.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Dos devaneios de uma noite...


Passou em mil versões a conversa que vamos ter
Em todas elas suas palavras me rasgavam a alma
Nas ultimas noites você invadiu o cenário dos meus sonhos.
Mas hoje a dor foi maior
Foi a dor de morrer afogada
De me faltar ar e chão
E eu escutei as mil versões porque eu tinha pedido pra saber
Eu me afoguei com meu ciúme
Eu nem deixei que você visse
Na verdade você nem entenderia

Talvez eu adie nossa conversa


Basta eu me afogar em sonho


Bateu na porta dos meus olhos, querendo sair, lágrimas.
No way. Falei.
Tranquei e a chave nem me lembro onde se encontra
Vocês, terríveis lágrimas, não sairão.
Eu as odeio.
Não as mostrarei a ninguém
Será que pela vidraça da porta alguém consegue enxergar?
Lágrimas
Malditas lágrimas insistem em bater.
Vocês não marcarão o meu rosto
Não estragarão as máscaras... minhas diversas máscaras

sábado, 21 de julho de 2007


Vagando no infinito da noite....
Meu corpo quase afundando numa poça de tristeza
Se entregava ao vento gelado que arrepiava
Meus olhos quase já não conseguiam identificar ao meu redor
Muitos vultos festejavam
E eu não conseguia entender...
Não mesmo
Eu me perguntava qual o sentido dessa realidade tão opaca?
Esses vultos?
Por que não me deixam em paz?
Eu enlouqueci??
De repente um brilho se fez mostrar
Eu tentei focalizar a imagem
E com muito esforço vi. Fios dourados
Caramba como desejei esses fios!
O brilho era hipnotizante
Queria ter-los junto a mim
Estavam tão distante
E os vultos...

Conspiravam contra mim


Eu mataria cada um deles se uma arma eu tivesse em minhas mãos

Os fios...

Preciso deles

quarta-feira, 18 de julho de 2007


A poesia que se instala na composição de um corpo cansado
O movimento de uma respiração ofegante
Os músculos, o tremor, o suor...
O peso.
A expectativa de quem olha...
É só uma pausa?
Ainda consegue continuar?
Eu quero ver mais!
Supere-se

segunda-feira, 16 de julho de 2007

sábado, 14 de julho de 2007

Uns versos. Sempre tentei escrever versos. Nunca me soam bem. Rasgo todos. Dou ao vento palavras rasgadas e sem valor. Quero aprender a dizer sem palavras. Rasgarei todas até me sobrar nenhuma.

quinta-feira, 12 de julho de 2007




Feche os olhos
Sinta minha respiração
O calor do meu ar na sua pele
Meu calor quebrando o seu frio...
Feche os olhos, aqui é seguro
Eu vi sua alma
Não precisa me dizer nada
Feche os olhos
Me sinta

terça-feira, 10 de julho de 2007


tic tac... tic tac
...tic tac... tic tac
...Lá o relógio incrivelmente economizava tempo
O tempo único que se esvai
...Que carrega consigo as palavras
as imagens
as sensações...
Lá os ponteiros paralisavam
seus olhos me contavam seus segredos
...um sorriso se abria...
em vários sorrisos a noite se passou
o sol nos separou
eu tive que voltar ...

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Uma espécie de tortura.
Incomoda aos olhos.
Aquilo que machuca a carne choca. Estarrece
Parece incabível.
Os olhos vêem e o cérebro condena
Na verdade o problema é a imagem. Estragada. Manchada. Rasgada.
A dor é desprezível
A dor não causa dor
A imagem causa dor
Quantas torturas por aí passam desapercebidas so por não se apresentarem na carne.
Dores maiores e não sensibilizam
Só o que se vê sensibiliza...

terça-feira, 3 de julho de 2007


Olhou com uma certa superioridade. Justa. Cabível. Dentre todos aqueles seres presos ao peso da ninharia herdada e ultrapassada sentiu-se a vontade em largar o que lhe cansava os músculos e andar apenas com seu próprio peso. Nem olhou pra trás, apenas seguiu, mais leve, mais feliz. O fôlego era maior.
Olhava agora e não entendia porque os outros não largavam todo aquele peso, as vezes parecia que nem lembravam que carregavam tudo aquilo...
Olhava e agradecia por ter conseguido achar o que atrapalhava e se livrar....

domingo, 1 de julho de 2007

O que invadia aquele jardim era o mau cheiro. Ardia as narinas... era impossível apreciar a beleza paisagística...
Das flores, árvores, pássaros, espelhos d’água nem a cor o cérebro guardou na memória. Asfixia. Náusea. Aquele mau cheiro impregnava e a vontade era de arrancar a pele e deixa-la lá, nunca mais voltar, nunca mais reviver aquelas sensações.
O abandono, a putrefação daquelas carnes, corpos esquecidos resolveu sair por aí pelo ar desfazendo sorrisos, tirando máscaras, destruindo cenas, confundindo mentes....