Logo pela manhã invadiu sua mente aquele pensamento, novamente aquele pensamento.
Fez um café amargo e sentou-se a mesa na tentativa de fingir tranqüilidade (a TV ligada dizia a previsão do tempo, mas aquele som televisivo flutuava sem destino), procurou seus cigarros, as mãos trêmulas tatearam todos os bolsos, no entanto, nada encontraram.
-Que merda!
Odiava não ter cigarros. Pegou as chaves, a carteira, vestiu um casaco e saiu deixando que a porta gritasse em seu lugar. Tinha que descer quinze andares e nenhum dos cinco malditos elevadores chegavam. ESPERAR É SEMPRE UMA ETERNIDADE. Já havia cantarolado umas dez musiquinhas e nada de elevador. Se tivesse cigarros já teria fumado dois seguidamente. Essa contemporaneidade trás uma ansiedade infernal.
-Ah finalmente!
Nossa! Assustou quando abriu a porta e olhou-se no espelho.
-Caralho! Que cara é essa?
Ajeitou a sobrancelha e passou as mãos nos cabelos recompondo um pouco sua aparência.
-Como sou trivial!
A porta se abre, suas pernas caminham automaticamente, seguem aquele percurso de uma quadra de distância rumo a tabacaria. Engraçado, hoje o ar estava diferente. O vento estava mais forte e mais frio. Por quase um segundo teve uma sensação estranha, foi como se estivesse em outro lugar...
-Ajude-me por favor, ajude-me, ajude-me...
Essas palavras interromperam o devaneio.
Uma velha louca sempre clamava por ajuda, sentada na rua, afundada em derrota, com seus olhos de tristeza. Mas pouco importava, sequer olhou, apenas seguiu.
-Bom dia! O que deseja?
-De-me dois ?????????????????
Rapidamente abriu o maço e acendeu o cigarro, deu-lhe uma boa tragada.
Ahhhh, agora sim poderia começar o dia.
Imaginava a fumaça preenchendo todos os vazios de sua vida e por esse tempo mínimo lhe vinha uma tranqüilidade tão boa.
Hoje não iria trabalhar. Não. Hoje não daria àqueles filhos da puta o gostinho de lhe ver infeliz.
Ahhh hoje queria dar um dia diferente. Chega dessa mesmice.
Mas o que fazer?
Olhou a agenda do celular, tantos nomes, tantos números, ninguém que quisesse falar.
Acendeu um cigarro.
Por tanto tempo esteve em busca da felicidade e quando ela realmente aparecia, nunca sabia como mantê-la. Alcançou tantos sonhos, isso era motivo de felicidade, mas sempre falta alguma coisa e sempre continuará faltando. Talvez seja isso o que nos mantém vivos: esse desejo de encontrar o que nos falta, o dia em que não nos faltar nada não precisaremos nem nos mover, estagnaremos, perderemos a vontade, seremos como mortos.
Hoje amanhecera sentindo um falta excessiva. Na sua cabeça latejava o pensamento de que deixara que se perdesse o que realmente era precioso...
Mas o que fazer?
Há coisas que não voltam
O que poderia construir por agora?
Que peças tem em mãos para tampar os buracos?
Ainda tinha um dia inteiro pela frente... com certeza precisaria de mais cigarros
Fez um café amargo e sentou-se a mesa na tentativa de fingir tranqüilidade (a TV ligada dizia a previsão do tempo, mas aquele som televisivo flutuava sem destino), procurou seus cigarros, as mãos trêmulas tatearam todos os bolsos, no entanto, nada encontraram.
-Que merda!
Odiava não ter cigarros. Pegou as chaves, a carteira, vestiu um casaco e saiu deixando que a porta gritasse em seu lugar. Tinha que descer quinze andares e nenhum dos cinco malditos elevadores chegavam. ESPERAR É SEMPRE UMA ETERNIDADE. Já havia cantarolado umas dez musiquinhas e nada de elevador. Se tivesse cigarros já teria fumado dois seguidamente. Essa contemporaneidade trás uma ansiedade infernal.
-Ah finalmente!
Nossa! Assustou quando abriu a porta e olhou-se no espelho.
-Caralho! Que cara é essa?
Ajeitou a sobrancelha e passou as mãos nos cabelos recompondo um pouco sua aparência.
-Como sou trivial!
A porta se abre, suas pernas caminham automaticamente, seguem aquele percurso de uma quadra de distância rumo a tabacaria. Engraçado, hoje o ar estava diferente. O vento estava mais forte e mais frio. Por quase um segundo teve uma sensação estranha, foi como se estivesse em outro lugar...
-Ajude-me por favor, ajude-me, ajude-me...
Essas palavras interromperam o devaneio.
Uma velha louca sempre clamava por ajuda, sentada na rua, afundada em derrota, com seus olhos de tristeza. Mas pouco importava, sequer olhou, apenas seguiu.
-Bom dia! O que deseja?
-De-me dois ?????????????????
Rapidamente abriu o maço e acendeu o cigarro, deu-lhe uma boa tragada.
Ahhhh, agora sim poderia começar o dia.
Imaginava a fumaça preenchendo todos os vazios de sua vida e por esse tempo mínimo lhe vinha uma tranqüilidade tão boa.
Hoje não iria trabalhar. Não. Hoje não daria àqueles filhos da puta o gostinho de lhe ver infeliz.
Ahhh hoje queria dar um dia diferente. Chega dessa mesmice.
Mas o que fazer?
Olhou a agenda do celular, tantos nomes, tantos números, ninguém que quisesse falar.
Acendeu um cigarro.
Por tanto tempo esteve em busca da felicidade e quando ela realmente aparecia, nunca sabia como mantê-la. Alcançou tantos sonhos, isso era motivo de felicidade, mas sempre falta alguma coisa e sempre continuará faltando. Talvez seja isso o que nos mantém vivos: esse desejo de encontrar o que nos falta, o dia em que não nos faltar nada não precisaremos nem nos mover, estagnaremos, perderemos a vontade, seremos como mortos.
Hoje amanhecera sentindo um falta excessiva. Na sua cabeça latejava o pensamento de que deixara que se perdesse o que realmente era precioso...
Mas o que fazer?
Há coisas que não voltam
O que poderia construir por agora?
Que peças tem em mãos para tampar os buracos?
Ainda tinha um dia inteiro pela frente... com certeza precisaria de mais cigarros
Um comentário:
Uau! De tirar o fôlego!
A cascata de acontecimentos, intercalados por pensamentos e ações, me fez vibrar! Acho que você escreve com muita maturidade e consegue muito bem atingir a fantasia imaginária de cada um de nós.
Ai nega... adoro seus textos!
A melhor parte é quando você cita as percepções da personagem, de como ela sente e vê tudo ao seu redor! Realmente, magnífico!
Recebi seu e-mail! Ficou perfeito! Perfeito! Você, como sempre linda de morrer! =D
Depois, quando você tiver on line, quero te passar as fotos do pique-nique pelo msn, porque não cabe anexado no e-mail.
Um forte abraço! Te amooooo!
=]
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