Tem uma beleza esplêndida a tristeza, a solidão e a melancolia quando viram literatura... elas conseguiram se tornar alguma coisa e não ficaram presas em alguém

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Pela janela do quarto...


Estava na janela quando subitamente os vidros se estilhaçaram.

Os ouvidos arderam com o ruído explosivo.

O dia tinha nascido maravilhoso, na janela apreciava o céu azul com suas nuvens desenhadas.

Na mão, seu cigarro... tragava a fumaça e fingia soltar a neblina do seu ser enquanto observava a movimentação urbana. Homens, mulheres, carros e cachorros brincando de viver, cumprindo suas obrigações, inventando o que fazer... pra lá e pra cá, num indo e vindo sem fim.

-tenho que ir ao banco, mas tenho uma consulta marcada agora pela manhã. A Nanda marcou de almoçar comigo, eu confirmei que iria, nem dá pra desmarcar, mas tenho que lembrar que não posso comer muito porque me dará sono e não posso ter sono para apresentar aquele projeto no escritório. Tomara que eu não demore muito no almoço, tenho que ir ao banco antes de ir ao escritório. Minha mãe deixou recado na secretaria, o que será que ela quer falar comigo. Eu devia ir visitá-la, faz tempo que não a vejo. Depois de ir ao mercado eu tento dar uma passadinh...

Pensamentos interrompidos.

BOOMMM!!!

Inexplicavelmente as vidraças se espedaçaram atirando cacos para todos os lados...fazendo feridas e adentrando naquela carne ali parada que fatalmente gostava de janelas

Um comentário:

º.::calebitto::.º disse...

Uau!

Ai Jaque... você e seu jeito fantástico com as palavras, com as imagens e sobretudo, com os personagens! Perfeito! Adoro textos com diálogos. Os seus, especialmente, são sensacionais!

Adoro a tragédia implícita [e porque não explícita] nas linhas que sucedem a um desfecho quebrado, trazendo uma segunda linha: pensar e pensar.

Parabéns!