Tem uma beleza esplêndida a tristeza, a solidão e a melancolia quando viram literatura... elas conseguiram se tornar alguma coisa e não ficaram presas em alguém

sexta-feira, 11 de abril de 2008

devaneios de uma noite longa


Acordou com um frio dolorido, seu corpo tremia por completo e a cada vez que respirava o ar gélido lhe ardia as narinas, sua pele estava quase entrando em estado de dormencia.
Em sua mao esquerda, seus dedos seguravam firmes um album de fotografias, caíra em sono profundo enquanto vagava em delírios e recordaçoes... Sempre achou que se lembraria facilmente de todos os momentos de extrema felicidade, mas sua memória é vagabunda demais pra se lembrar de um telefone tocando pela madrugada pra dizer: escuta essa musica, nao teve como nao lembrar de voce; ou da música cantada sob o luar de uma noite com ar de despedida, da frase ridícula: uma flor para meu amor, do telefonema inesperado numa terça-feira dizendo estou de volta, dos abraços que dizem: caramba nao vá pra longe...
como poderia ser tao vaga a imagem daquelas longas conversas da madrugada, da sprit de todos os dias, dos sorvetes em dias frios, da viagem pra cachoeira e da fuga pra Minas.
Que azar ter um cérebro tao sacana que gosta de esconder o que mais se quer lembrar, como do açaí de uma sexta-feira de setembro que resultou numa historia de amor, da festa surpresa no dia 5 de dezembro e a praia na madrugada, da performance de despedida que fez chorar, do olhar que reencontrara e que ainda mexe tanto, daquele ultimo eu te amo que escutara.
Mas acordou e seus olhos vistoriaram cada centimetro daquele quarto de solidao e a única coisa que entrara fora aquele maldito frio que lhe envolvia totalmente

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